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Com o fim dos mandatos de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara dos Deputados e de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à frente do Senado, cresce a especulação sobre um possível ingresso de ambos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Questionado se a reforma ministerial planejada pelo Palácio do Planalto pode abrir espaço para os dois políticos, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que conversará com Pacheco na semana que vem para discutir o tema.
"Fiquei de conversar com ele na próxima semana. Quero ouvi-lo sobre se ele tem vontade ou não [de assumir um ministério], onde gostaria de atuar. Ainda não está claro isso", disse Wagner ao jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo fontes próximas de Pacheco, ele já definiu as duas pastas que aceitaria assumir: a da Justiça e Segurança Pública e a do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Os dois cargos atualmente são ocupados por Ricardo Lewandowski e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
Com relação a Arhur Lira, Jaques Wagner afirmou que um eventual convite ao deputado alagoano representaria a entrada do PP na base de apoio do governo. O empecilho, no entanto, é o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), que já afirmou ser contra a aproximação de Lira com o Planalto.
À CNN, Wagner disse que “os dois têm tamanho para estar no ministério”. Contudo, acredita que o tempo é curto, pois ambos têm ambições de se candidatar por seus estados no pleito de 2026 (e o próprio Lula afirmou querer ver Pacheco governador de MInas Gerais a partir de 2027).
“Quem senta em um Ministério hoje, e for ser candidato, vai ter um ano e dois meses. Você senta em uma cadeira, monta sua equipe. Não sei se dá tempo de uma produção tão grande, a tempo de você se projetar. Mas aí depende, basicamente, de cada um deles e do presidente da República”, afirmou.
Lula e Padilha já começaram as negociações para a reforma na Esplanada
O presidente Lula e ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, estão em plenas negociações com a classe política para definir a reforma ministerial. Enquanto Lula avalia nomes do próprio PT e outros aliados de primeira hora, Padilha sonda as lideranças dos partidos da base do governo.
Notícias de bastidores dão conta de que as mudanças já estão definidas em pelo menos três ministérios. Começando por uma troca na Secretaria-Geral da Presidência, que deve ser assumida pela deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (no lugar de Marcio Macedo, provável novo gestor do Ibama).
Luciana Santos pode deixar a pasta da Ciência e Tecnologia, a ser entregue para algum partido do Centrão. Ela é cotada para substituir Cida Gonçalves no Ministério das Mulheres.
Por fim, o próprio Alexandre Padilha também trocará de cargo: será o próximo ministro da Saúde (cargo que já ocupou no governo de Dilma Rousself), sucedendo Nísia Trindade.