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Risco de prisão preventiva

Moraes dá 24 horas para defesa de Filipe Martins explicar suposto uso de rede social

Filipe Martins, réu da ação penal 2.693 (núcleo 2), sob relatoria de Alexandre de Moraes.
Filipe Martins, réu da ação penal nº 2.693 (núcleo 2), sob relatoria de Alexandre de Moraes. (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (30) que a defesa de Filipe Martins apresente, no prazo de 24 horas, esclarecimentos sobre uma possível violação das medidas cautelares impostas ao réu. A ordem foi expedida após a inclusão, no processo, de informações indicando que o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria acessado a rede social LinkedIn durante o período em que cumpre prisão domiciliar, no dia 29 de dezembro.

De acordo com a decisão, o uso de redes sociais, direta ou indiretamente, é expressamente vedado pelas condições estabelecidas pela Justiça. Moraes alertou que o eventual descumprimento das restrições pode resultar na decretação da prisão preventiva, conforme previsto no Código de Processo Penal.

Filipe Martins foi condenado a 21 anos de prisão no julgamento do chamado núcleo 2 da investigação que apura a suposta tentativa de golpe de Estado. A sentença, no entanto, ainda não é definitiva, pois não houve trânsito em julgado. A imposição das medidas cautelares ocorreu após a prisão do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques no Paraguai, episódio que, segundo o relator, reforçou o risco de fuga de Martins e outros réus.

A defesa de Filipe Martins reagiu de forma crítica à decisão. O advogado Jeffrey Chiquini classificou a medida como uma “perseguição política” e afirmou que não há elementos concretos que justifiquem a cobrança de explicações. Segundo ele, o próprio STF havia reconhecido recentemente que Filipe Martins vinha cumprindo de maneira exemplar todas as determinações judiciais, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a restrição de deslocamento.

O advogado também questionou a relação entre a prisão de Silvinei Vasques e a situação de seu cliente, argumentando que não houve mudança de conduta que justificasse o endurecimento da postura do Judiciário. No processo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Filipe Martins de atuar na coordenação de ações da organização criminosa que, segundo a denúncia, buscava manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

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