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Flávio Dino afirma que Enel terá até 15 dias para pagar uma eventual multa pelo "apagão" no estado de São Paulo.
Flávio Dino afirma que Enel terá até 15 dias para pagar uma eventual multa pelo “apagão” no estado de São Paulo.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que a multa à concessionária Enel pode chegar a R$ 50 milhões pelo “apagão” no estado de São Paulo, provocado após as fortes chuvas que atingiram a região na tarde da última sexta-feira (3). Mais de 100 horas após o temporal, cerca de 11 mil imóveis seguem sem energia na Grande São Paulo na manhã desta quarta-feira (8).

A empresa promete que, até a tarde desta quarta, a totalidade do serviço será normalizada. Porém, a Enel já alterou algumas vezes o prazo para restabelecimento da energia elétrica. Chegou a informar que a situação seria resolvida até o fim da terça-feira (7).

“A multa pode chegar a R$ 50 milhões, dependendo do caso. Teria que ser aferida a dosimetria caso a caso, mas não há dúvida da essencialidade do serviço e da dimensão da lesão”, afirmou o ministro em entrevista ao portal UOL.

O ministro da Justiça e Segurança Pública disse que, caso a multa seja confirmada, a Enel terá um prazo de até 15 dias para pagar a indenização. Sobre uma possível explicação do ocorrido, Dino ressalta que a empresa não tem um prazo legal para prestar os esclarecimentos, mas ele enfatiza que o ministério vai cobrar. “Se a empresa não tiver a conduta adequada, claro que vamos fixar o prazo”.

A Gazeta do Povo questionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública sobre o que poderia acontecer em caso de não pagamento da multa por parte da Enel e, também, sobre os motivos de não haver um prazo legal para a concessionária responder os questionamentos do governo federal, mas a reportagem não obteve resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para as manifestações oficiais.

Segundo a Enel, 2,1 milhões de pessoas ficaram sem energia com o temporal da sexta-feira. A chuva que atingiu quase todo o estado de São Paulo deixou oito mortos, de acordo com a Defesa Civil.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que acionou a Justiça contra a Enel. “A Procuradoria Geral do Município de São Paulo entrará com ação civil pública contra a Enel, por descumprimento de acordo da empresa com a capital paulista e de outras normas legais. Além disso, a Prefeitura irá notificar o Procon e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que medidas sejam tomadas contra a concessionária”, diz o comunicado.

O Procon-SP diz que está notificando as empresas distribuidoras de energia elétrica das cidades de São Paulo, região metropolitana e Baixada Santista para que expliquem todos os problemas que ocorreram e as medidas que foram adotadas para tentar resolver o apagão.

Nesta terça-feira, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu um inquérito para investigar erros e omissões da concessionária Enel. O MP propôs um acordo à Enel para o pagamento de indenização aos 2,1 milhões de afetados pela falta de energia elétrica. Os valores da indenização ainda não foram divulgados, mas devem ser descontados nas próximas faturas. Segundo o órgão, a empresa terá um prazo de 15 dias para responder sobre a proposta.

“Não é para nos desculparmos”, diz presidente da Enel Brasil

O presidente da Enel Brasil, Nicola Cotugno, afirmou em entrevista para a Folha de S. Paulo que a empresa não tinha que se desculpar com os consumidores paulistas. "Não é para nos desculparmos, não. O vento foi absurdo".

Cotugno disse que o trabalho da Enel foi prejudicado devido à quantidade de árvores caídas. “Normalmente, num evento crítico, caem de 20 a 30 árvores. Nos piores, 50. Nesse, foram cerca de 1,4 mil árvores. As linhas de alta tensão, que chamamos de autopistas da rede, que fazem a distribuição da potência pela cidade, estavam funcionando, mas as falhas ficaram distribuídas por diferentes pontos da cidade, algo de difícil recuperação”, afirmou.

“Trabalhamos noite adentro. Temos quase 8 milhões de clientes e, desses, 2,1 milhões foram afetados. Nas primeiras 24 horas, 960 mil clientes tiveram o fornecimento de energia normalizado”, acrescentou.

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