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Curitiba e Ponta Grossa - Depois do dia mais quente do ano, que chegou a registrar 33,7ºC durante a tarde, Curitiba viveu uma noite de chuva forte e alagamentos. Várias ruas do centro e de bairros próximos se tornaram intransitáveis para carros. Em alguns pontos, como na Praça da Espanha e na Praça Osório, a água fez boiar os carros que estavam estacionados. A Linha Verde, na altura do Hauer, também se tornou intransponível.
Na esquina das avenidas Vicente Machado e Visconde de Nácar, um cenário surreal: a chuva fez os carros boiarem e baterem uns contra os outros. Mesmo depois que a água começou a baixar, três veículos ficaram atravessados no meio da rua, impedindo o tráfego.
A Copel informou que 170 mil casas ficaram sem luz durante a noite em Curitiba, na região metropolitana e em municípios do litoral. Só em Curitiba, foram 120 mil residências sem luz.
A empresa afirmou que essa foi a maior ocorrência do ano até agora. Pelo número de chamados, os técnicos estavam demorando para conseguir restabelecer a iluminação em alguns pontos. Na maior parte dos casos, segundo a companhia, o restabelecimento levou de uma hora a uma hora e meia.
A Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran) informou que tinha 30 agentes na rua para tentar orientar os motoristas, especialmente nos pontos em que a enchente se tornou mais crítica. Na região da Ébano Pereira e da Carlos de Carvalho, alguns trechos ficaram interditados. Na Visconde de Nácar, perto da Carlos de Carvalho, um ônibus biarticulado quebrou e teve de parar. Outros ônibus tiveram problemas semelhantes na cidade.
A Defesa Civil havia recebido até as 22 horas pelo menos 30 chamadas de alagamentos na capital. Moradores dos bairros Pilarzinho e Osternack foram alguns dos mais atingidos pelo temporal. Os pontos da cidade onde há rios foram os mais castigados. Na região da PUCPR, por exemplo, o Rio Belém transbordou.
Perto do câmpus da Universidade Tuiuti do Paraná, em Santa Felicidade, uma árvore caiu na Rua Tobias de Macedo Jr., impedindo a passagem de carros. Outra queda de árvore foi registrada na esquina da Rua Carlos Klemtz com a General Potiguara. O trânsito ficou interrompido. Foram feitos desvios, orientados por agentes da Diretran.
Na vila Ulisses Guimarães, no bairro Pinheirinho, cerca de 20 famílias não sabiam onde iam passar a noite. Segundo a presidente da associação de moradores da comunidade, Rosângela dos Santos Pereira, a chuva inundou as casas e os moradores ficaram com água até o joelho. "Perderam carro, colchão, geladeira. Não tiraram nada", diz Rosângela.
Segundo o meteorologista Samuel Braun, do Instituto Tecnológico Simepar, uma frente fria vinda de Santa Catarina chegou a Curitiba e encontrou um ambiente muito quente, resultando em pancadas de chuva. Entre as 20h e as 22h30, choveu 123,8 milímetros. A média para todo o mês de novembro na capital é de 125 mm. Para Braun, é difícil uma cidade estar preparada para essa quantidade de chuva. "Iria causar transtorno em qualquer outra cidade", diz. Hoje, há possibilidade de novos temporais, conforme o Simepar.
Campos Gerais
A região dos Campos Gerais foi novamente alvo de tempestades na tarde de ontem. Chuva e ventos isolados arrancaram telhas de dez residências no Jardim Paraíso, periferia de Ponta Grossa. Na mesma região, no bairro de Uvaranas, uma árvore caiu sobre o muro de uma casa e outra caiu sobre a Avenida Carlos Cavalcanti, uma das mais movimentadas da cidade.
A Copel foi acionada para retirar os galhos, que ficaram sobre a rede elétrica. Telêmaco Borba enfrentou ventos fortes que destelharam parcialmente oito casas, onde o Corpo de Bombeiros distribuiu lonas para cobertura. A chuva intensa foi acompanhada de uma tempestade de raios e a cidade ficou por um curto período sem energia elétrica, restabelecida no fim da tarde.