Conselho Regional de Medicina do Paraná discute a prescrição do canabidiol

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O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) promoverá no próximo sábado (8) um simpósio para discutir a prescrição do canabidiol. A ideia do evento é debater a aplicação da substância, derivada da maconha, no tratamento de diversas doenças, principalmente para epilepsias. Pesquisas ainda apontam efeitos positivos no uso do canabidiol em pacientes com mal de Parkinson, ansiedade, esquizofrenia e alguns transtornos de sono.

A questão gera polêmica: o CRM de São Paulo já publicou resolução autorizando a prescrição; já o Conselho Federal de Medicina e os demais regionais ainda estão com o tema em pauta. De acordo com o CRM-PR, a entidade aguarda posicionamento oficial no âmbito federal para acompanhar a decisão, uma vez que esse tipo de resolução é mais eficaz em esfera federal.

Durante o evento do CRM-PR, a médica Ana Cristina Crippa, professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e o conselheiro federal pelo Paraná, Donizetti Giamberardino Filho, apresentarão mitos e verdades sobre o uso do canabidiol. Os participantes também poderão fazer questionamentos aos médicos.

Anvisa tem liberado a compra do medicamento

O uso do canabidiol ganhou os holofotes através de campanhas de familiares de pacientes que sofrem crises repetidas de convulsão e perceberam que o medicamento reduzia consideravelmente o número de episódios. No entanto, a importação do remédio só é possível com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Desde abril desse ano, a Anvisa recebeu 167 pedidos de importação do canabidiol, dos quais 113 foram aprovados, dez aguardam cumprimento de exigência pelos interessados, 39 estão sob análise na área técnica e quatro foram arquivados, segundo informações divulgadas pela agência.

Apesar dos indícios de investigações científicas que mostram efeitos positivos na aplicação do canabidiol para alguns diagnósticos, a Anvisa alega que a substância geralmente vem com uma porcentagem de THC, que é proibido no Brasil. Além disso, o canabidiol ainda não tem eficácia e segurança registrados na Anvisa, requisitos necessários para a comercialização de medicamentos no país.