A prefeitura de Curitiba decidiu mexer nos dias de funcionamento dos seis postos de abastecimento de combustível destinados às ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Eles agora não abrem aos sábados. O último sábado (3) foi o primeiro dia do novo sistema. Socorristas de plantão na cidade relataram que ainda não houve problemas na operação, mas ele temem que o novo sistema possa prejudicar o atendimento em caso de deslocamentos mais longos.
O caso veio à tona após publicação feita pelo portal Banda B, que teve acesso a um documento interno da secretaria municipal do Planejamento e Administração. Em nota enviada ao portal e também à Gazeta do Povo, a prefeitura confirmou a informação e disse que a medida visava trazer economia aos cofres do município. Curitiba também informou que o serviço ainda contará com um posto de emergência.
A orientação aos profissionais é de que eles encham os tanques das ambulâncias ao fim das sextas-feiras para evitar transtornos durante o plantão. Funcionários relataram ao Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) que as ambulâncias equipadas com UTI devem ser as mais prejudicadas pelo novo sistema por serem mais demandadas.
Procurada pela reportagem, a prefeitura informou que tudo ocorreu dentro do previsto pelo plano de contingência no primeiro fim de semana sob a nova medida. Ao todo, 15 ambulâncias prestaram atendimento à população nos dias 3 e 4 de dezembro.
Em contato com a reportagem, socorristas que trabalharam nesse último fim de semana confirmaram que não houve grandes problemas nesse primeiro fim de semana de operação. Sob condição de anonimato, eles disseram que uma viatura pode acabar sem combustível se houver um fim de semana em que haja uma sequência de atendimentos com longos trajetos.
A nota da prefeitura também informa que as ambulâncias têm tanque com capacidade para 90 litros de combustível, o que garantiria autonomia de cerca de 600 quilômetros. Também diz que, em caso de necessidade, as ambulâncias poderão ser abastecidas aos sábados em caráter emergencial. “A medida visa reduzir o dispêndio com horas extras, diante do momento de crise financeira e queda na arrecadação pelo qual passam as prefeituras, inclusive a de Curitiba”, diz o texto da administração municipal.
Em nota, a Associação de Praças do Estado Paraná disse que a decisão da prefeitura pode sobrecarregar o sistema do Siate – que funcionada por meio de uma parceria entre a administração municipal e o governo do Paraná. Quando não há atendimento do Samu, são os policiais militares e bombeiros que farão integralmente o serviço.
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