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xadrez da política

A jogada de Cunha contra Dilma

Ao adiar a instalação da comissão do impeachment, peemedebista contraria interesse do Planalto em agilizar o processo e abre a possibilidade de dissidentes da base estarem no grupo. De quebra, atrapalha sessão do Conselho de Ética que pode indicar sua cassação devido às contas na Suíça

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O embate interno do PMDB na Câmara Federal rendeu a primeira vitória da oposição na guerra do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Na segunda-feira (7), quando estava prevista a eleição dos 65 membros da comissão especial responsável por analisar a cassação do mandato de Dilma, dissidentes do PMDB e líderes da oposição anunciaram que vão inscrever uma chapa alternativa para a formação do grupo. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu adiar para esta terça-feira (8) a instalação da comissão para atender aos dissidentes de seu partido.

Entenda o bate-chapa na comissão do impeachment

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A medida foi considerada por governistas uma manobra para postergar a abertura do processo de impeachment (contrariando os interesses do Planalto), para permitir que mais deputados contrários a Dilma estejam na comissão e, principalmente, para atrapalhar a reunião do Conselho de Ética que irá decidir, nesta terça, se abre processo de cassação de Cunha pelo caso das contas secretas da Suíça. O presidente da Câmara nega que sua atitude tenha sido uma manobra.

A decisão de Cunha surpreendeu líderes da base aliada, e também de legendas como o PSol e Rede, que já contavam com uma única chapa. Eles protestaram contra Cunha. Classificaram a medida como uma forma de adiar a análise do seu caso no Conselho de Ética. Pela regra da Casa, se a “ordem do dia” iniciar no plenário, todas as comissões internas ficam proibidas de realizarem qualquer votação. Como haverá bate-chapa para a comissão do impeachment, a escolha dos nomes terá de ser feita pelo plenário.

Cunha diz acreditar que não haverá coincidência de trabalhos do plenário e do Conselho de Ética. A sessão plenária inicia às 14 horas, mas a ordem do dia deve começar por volta das 17 horas, na estimativa do próprio presidente da Câmara. Até lá, os membros do Conselho podem votar o parecer pela admissibilidade ou não da representação contra Cunha.

A chapa alternativa surgiu quando o líder da bancada do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), começou a revelar os nomes que indicaria para a comissão especial. Picciani é contra o impeachment e representa a ala governista do partido. Segundo o deputado João Arruda (PMDB-PR), a ideia de Picciani era chamar peemedebistas com “perfil moderado”. Para os dissidentes da sigla, contudo, Picciani tentava fazer uma “chapa branca”.

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