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Gleisi: o PT não abandonou Fruet; foi abandonado por ele

Duas palavras podem resumir os sentimentos que levam o PT a buscar outro caminho longe do prefeito Gustavo Fruet: ingratidão e desprezo. Elas estão implícitas na nota divulgada ontem pela senadora Gleisi Hoffmann ao confirmar a disposição do seu partido de lançar candidato próprio a prefeito de Curitiba no ano que vem – tema que ainda será debatido no próximo sábado pela militância petista no Encontro de Tática Eleitoral convocado pelo diretório municipal. A tendência é de que seja aclamado candidato o deputado Tadeu Veneri, combativo líder da oposição na Assembleia.

A senadora lembra, em primeiro lugar, que foi o PT que assegurou a Gustavo Fruet, candidato pelo frágil PDT, quase toda a estrutura da campanha de 2012 que lhe assegurou a passagem do primeiro para o segundo turno, derrotando o aparente favoritismo que beneficiava o candidato à reeleição Luciano Ducci. E, depois, suplantando o até então considerado invencível Ratinho Jr., do PSC.

Depois, já empossado prefeito, Fruet contou com grande apoio do governo federal, que contribuiu com ações e recursos para projetos de construção de creches, postos de saúde, obras de saneamento, milhares de moradias do Minha Casa Minha Vida e liberação de verbas para a construção do metrô, além de programas de combate à violência contra a mulher.

Depois de afirmar que em Curitiba o PT tem condições de lançar candidato próprio, Gleisi desmente a afirmação que o partido “abandonou” o prefeito Gustavo Fruet, “a quem ajudamos a eleger”. E frisa: “Vamos continuar apoiando a administração da cidade, que é nosso compromisso. Mas sabemos na política quando somos queridos ou não. Isso não traz mágoas, apenas orienta-nos sobre como vamos continuar o projeto”.

A continuação do raciocínio vem neste parágrafo bem explicativo: “Não posso deixar de registrar que o prefeito e seu partido, o PDT, não demonstraram, até este momento, vontade política de permanecer em aliança. Nenhuma conversa, nenhuma proposição. Respeitamos essa postura, mas não podemos esperar até o último momento para decidir nossa caminhada. Primeiro porque estaríamos deixando de participar ativamente do processo político; segundo, que desrespeitaríamos ao próprio Gustavo retardando uma posição”.

Resumindo o pensamento de Gleisi Hoffmann: não foi o PT que abandonou Fruet; foi Fruet que abandonou o PT.

O prefeito não se manifesta sobre o assunto, mas desde as primeiras horas da divulgação da notícia antecipando o provável afastamento do PT viu acercarem-se do seu alambrado partidos e políticos ávidos em participar de uma futura aliança para reelegê-lo em 2016. Oferecem-lhe preciosos minutos de propaganda eleitoral na tevê, na expectativa, claro, de abocanharem fatias do poder.

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