O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, reagiu nesta quarta-feira (8) à informação de que o sigilo fiscal de seu genro foi violado se dizendo "indignado" e "muito ofendido". O tucano classificou o fato como um "trabalho organizado" e "de quadrilha" que, segundo ele, beneficia a candidata do PT, Dilma Rousseff.
"A questão do meu genro é mais do que clara do trabalho organizado. É um trabalho de quadrilha. Eu sempre achei isso, mas é mais uma evidência que demonstra um trabalho de quadrilha. Quer dizer, vão em pessoas próximas, vão à minha filha, que nunca teve nenhum envolvimento com política, ao meu genro, pai de três crianças e que não tem nada a ver com política, e são agredidos de maneira criminosa para beneficiar a candidata Dilma na eleição".
A reportagem procurou o presidente do PT, José Eduardo Dutra, que coordena a campanha de Dilma, e aguarda resposta.
Nesta tarde, a advogada do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, Ana Luisa Rabelo, disse que relatório da Receita Federal aponta que houve acesso a dados fiscais de Bourgeois no dia 16 de outubro. A Polícia Federal confirmou a informação e disse que já sabia da violação de dados do genro de Serra desde o início das investigações sobre a quebra do sigilo fiscal de tucanos na agência da Receita Federal em Mauá (SP).
O tucano afirmou que a democracia está "sendo agredida". "O que está sendo quebrado é um preceito constitucional que garante as pessoas a sua intimidade. Estão tripudiando sobre isso. E, mais ainda, as vítimas que reclamam são acusadas de fazer baixaria. É realmente uma coisa extraordinária", ironizou.
Debate 'terceirizado'
Serra também rebateu o pronunciamento feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no programa eleitoral da candidata do PT Dilma Rousseff veiculado na noite de terça (7) afirmando que a campanha da adversária "terceiriza" o debate e os ataques e que utiliza uma estratégia de "caixa-preta".
"[Dilma] Não aparece nos debates, não confraterniza com o povo, não expõe ideias, oculta seu passado e terceiriza os ataques", disse. "Terceiriza para o presidente do partido e até para o presidente da Repúbica, que está se prestando a isso".
Ele disse ainda que o pronunciamento do presidente no horário eleitoral de terça não foi uma defesa, mas um ataque. "Acho espantoso que a candidata do PT se esconda por trás de um biombo que oculta sua biografia, porque tem coisa secreta trancada em cofre, que inclui o não comparecimento a debates, a não exposição de ideias e também a terceirização do debate e dos ataques, o que inclui agora o presidente da República que se engaja como porta-voz de uma candidata que aparentemente não tem condições de falar por si própria nem de atacar, porque o que houve ontem não foi uma defesa, foi um ataque", disse.
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