A praticamente uma semana do segundo turno das eleições municipais, o horário eleitoral gratuito exibido na noite deste sábado (22) em Curitiba teve clima de luta, com os dois candidatos se apoiando em acusações mútuas para tentar chamar a atenção do eleitor.
Leia tudo sobre as eleições 2016
Por um lado, as “verdades surpreendentes” sobre o candidato Ney Leprevost (PSD), prometidas há dois dias pela coligação de Rafael Greca (PMN), foram “reveladas”. Dos seus dez minutos de propaganda na tevê, Greca usou todo o tempo para acusar seu adversário na corrida pela prefeitura de Curitiba, e também familiares dele, de envolvimento em episódios supostamente obscuros.
Por meio de sua assessoria de imprensa, Ney Leprevost informou que vai se defender “das injúrias e mentiras da mesma maneira, através do horário eleitoral”.
“Tudo aqui hoje é verdade”, foi como começou o bloco de Greca. Durante os dez minutos, o programa acusou Leprevost de ter autorizado, quando deputado, negócios com um terreno público que havia sido doado a uma organização não-governamental. A campanha dá a entender que um irmão de Leprevost seria beneficiado.
Ibope aponta empate técnico entre Leprevost e Greca na disputa pela prefeitura de Curitiba
Leia a matéria completaA propaganda também afirmou que o mesmo irmão de Leprevost é um dos envolvidos em um contrato que foi declarado irregular pelo Tribunal de Contas da União. À época, o TCU apurou irregularidades em convênios do Ministério do Turismo com uma ONG paranaense contratada para promover eventos e festas em Curitiba e no interior – o Instituto de Desenvolvimento da Organização Nacional de Excelência Administrativa (Iabras). Esta ONG, conforme a campanha de Greca, tinha ligação com uma empresa do irmão de Leprevost, que, junto com o Iabras, foi condenada a devolver aos cofres públicos R$ 1,75 milhão em 2014.
Além disso, Greca atacou Leprevost por ter em sua chapa o PCdoB, além de voltar a pisotear na formação acadêmica de seu adversário. Ele questiona a trajetória universitária de Leprevost, que se graduou em Administração pela Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) na modalidade de ensino a distância. A instituição foi fechada pelo Ministério da Educação após ter nota 2,49 na avaliação do MEC, numa escala de zero a 100.
Em um jornal de campanha distribuído recentemente, Greca atacou de novo o currículo universitário de Leprevost. Intitulado de “Jornal da Verdade”, o material destacou o “escandaloso diploma do Ney no Tocantins”. Leprevost recorreu à Justiça para tentar apreender a publicação, mas não teve o pedido acatado.
Leprevost
Por sua vez, Leprevost também usou parte de seu tempo na propaganda eleitoral desta noite para atacar seu oponente. O candidato do PSD ressaltou o fracasso de Greca em alguns pleitos eleitorais, como o de 2012, também pela prefeitura de Curitiba.
Ao mesmo tempo, Leprevost aproveitou para desvincular sua campanha de extremos políticos. “Não nomearemos extremistas de qualquer origem”, declarou o candidato. “Na nossa gestão, não haverá obras nem de direita nem de esquerda”, acrescentou.
“Bala de prata” questionada na Justiça
Leprevost tentou impedir a veiculação da “bala de prata” prometida por Greca na Justiça, mas teve o pedido negado. O pedido de liminar impetrado pelo candidato pelo PSD citou o caso conhecido como “Ferreirinha”, quando um falso pistoleiro apareceu no horário eleitoral gratuito, da campanha de 1990, dizendo que matava pessoas a mando do então candidato Carlos Martinez, adversário de Roberto Requião na corrida ao Palácio Iguaçu.
“O Paraná não tolera mais Ferreirinhas. O Paraná não tolera mais campanhas sujas. O Paraná não tolera mais marqueteiros deturpando verdades”, afirmou a coligação de Leprevost no pedido à Justiça Eleitoral.
Mas a juíza Sayonara Sedano, da 175ª Zona Eleitoral, entendeu que o “simples chamamento” para a propaganda não era ilegal. Porém a juíza destacou no despacho que está atenta a qualquer violação à legislação eleitoral que possa ocorrer na propaganda da coligação de Greca, “não tolerando qualquer ofensa que possa ser veiculada”.
Investigação da PF sobre Pix pode virar “caça às bruxas” na oposição se houver adesão do STF
Moraes impede viagem de Bolsonaro aos EUA para participar da posse de Trump
Crise do Pix: governo Lula sofre derrota de goleada e oposição comemora
Mudança no monitoramento de conteúdo do Facebook põe em xeque parceria com o TSE
Deixe sua opinião