O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou hoje (02) o assédio de peemedebistas ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). "Querem a minha opinião sincera? Eu acho isso absolutamente fora de propósito. Eu conheço o Aécio a vida inteira, o Aécio é um homem de partido", disse o ex-presidente, ao comentar as freqüentes especulações em torno de uma eventual saída do governador mineiro do PSDB caso ele não consiga se viabilizar como candidato à Presidência em 2010. Porém, defendeu que os tucanos tratem bem o PMDB. "Ninguém ganha eleição no Brasil sozinho e o PMDB é um partido muito bem enraizado no País", afirmou.
Embora sempre negue a possibilidade de mudar de partido, Aécio costuma ser cortejado publicamente por peemedebistas. Nos últimos dias, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, insistiu que o PMDB está de "braços abertos" para receber o governador tucano, afirmando que Aécio precisa ter a "coragem de mudar de partido" caso queira consolidar sua candidatura ao Palácio do Planalto. O argumento do ministro - que trabalha para ser candidato ao governo de Minas - é que a candidatura do governador de São Paulo, José Serra, está consolidada.
Para Fernando Henrique, o PSDB precisa entender que Aécio "é um líder e como tal tem que ter todas as condições para se sentir cômodo no partido". "Então, não vai haver isso de ir para outro partido. Isso é conversa", concluiu, em entrevista concedida ao lado do governador mineiro.
O ex-presidente, que passou a noite de segunda para terça-feira no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governo do Estado, endossou a defesa de Aécio pela regulamentação das prévias partidárias caso não haja consenso em torno do próximo presidenciável tucano.
"Acho que regulamentá-las é algo positivo e utilizá-las se houver necessidade", reiterou o mineiro. "Mas, em havendo, nós não devemos temê-las, ao contrário, devemos vê-las - é a minha posição pessoal - como instrumento de mobilização do PSDB e isso pode facilitar, inclusive, a atração de outros parceiros para essa nossa jornada de 2010".
Fernando Henrique destacou que "ninguém tem que ter medo de uma escolha democrática". "Isso é normal nos partidos". Observando que "não está na hora ainda de definições", o ex-presidente rebateu a afirmação de uma jornalista de que teria inclinação pela candidatura de José Serra. "A moça disse que eu aliso o governador de São Paulo. Eu aliso mais o de Minas. Eu vivo alisando um e outro".
Crise
Ele disse também que espera que o PSDB não se beneficie da crise internacional para voltar ao poder, salientando que os tucanos têm de ajudar o governo no que for possível fazer para amenizar os efeitos da turbulência global na economia brasileira. "Acho que o PSDB deve ganhar (a eleição) independentemente da crise. A crise é sempre negativa. Eu não acho que seja bom você ganhar porque houve uma coisa negativa".
PT
Questionado se a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff - nome mais cotado do PT para disputar a eleição presidencial - seria uma adversária difícil, Fernando Henrique desconversou afirmando que não sabia se ela é candidata. "Se ela for candidata, já estão abusando, porque ela está governo e estão falando nisso. Eu prefiro achar que ela não é".
O ex-presidente disse que mantém um relacionamento "ameno" com Lula e ressaltou que o PT incorporou aspectos do projeto de governo tucano em relação à economia e área social. "As diferenças diminuíram. Não diminuíram tanto no que diz respeito ao modo como o partido lida com o governo, com o Estado, com a máquina pública".
Ele afirmou que apoiou a aliança entre Aécio e o prefeito Fernando Pimentel (PT) na eleição em Belo Horizonte, observando que se tratava de "um contexto específico". "Não acho que a gente deva radicalizar posições a todo instante", disse. "Política não é uma guerra. Não somos inimigos, somos adversários. Em certas circunstâncias você faz armistício".
“A era de ouro dos EUA começa agora”, diz Trump em discurso como novo presidente
Trump confirma declaração de emergência nacional na fronteira e envio de tropas
EUA, Argentina, Israel e Ucrânia driblam Lula para manter relações diplomáticas com brasileiros
Trump nos EUA pode frustrar planos de Lula no Brasil; ouça o podcast
Deixe sua opinião