A eleição da chapa oposicionista para assumir os trabalhos da comissão especial do impeachment foi interpretada por parte dos governistas como um termômetro positivo para a presidente Dilma. “É uma derrota? Sim. Mas é uma derrota que sinaliza que o governo tem 199 votos consolidados, em um clima desse. O número que a gente precisa ter para que não haja impeachment é 171. Eu sei que a imprensa e a oposição darão o assunto como uma derrota para o governo, mas estou indo para o Palácio do Planalto falar para a presidente Dilma que ela pode ficar tranquila. Não haverá impeachment”, afirmou o deputado Silvio Costa (PTdoB).
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Confira a composição da chapa vencedora
Costa lembra que para cassar o mandato da presidente Dilma são necessários no mínimo 342 dos 513 votos da Casa. Na terça-feira (8), a chapa articulada pela oposição e por dissidentes da base aliada conquistou o apoio de 272 deputados, em votação secreta. Mas, para Costa, se a votação fosse aberta, o número de votos destinados à chapa aliada seria ainda maior. “Sem pressão nenhuma, porque o voto era secreto, 199 deputados foram fiéis à chapa 1 [do governo]. Quando o voto for aberto, o governo terá mais de 300 votos”, afirma ele.
Para a oposição, a visão é outra. “Neste início do processo, faltaram apenas 70 votos para completar os 342. E isso ainda vai até fevereiro. Os deputados vão para casa durante o recesso, serão cobrados nas ruas, pelos seus eleitores. Com certeza, depois, o 342 será fácil conseguir aqui”, afirmou o líder do Solidariedade, Paulinho da Força.
Para o líder do PSDB, Carlos Sampaio, “o termômetro acusa que o governo Dilma está próximo do fim”. Segundo ele, a votação secreta não beneficiou a oposição. “Não vejo a hora do Brasil saber quem votou contra o impeachment e quem votou a favor. Tudo que eu quero é o voto aberto [no plenário]”, afirmou ele.
Outros governistas, como o deputado paranaense Ricardo Barros (PP), minimizam o poder da comissão especial, responsável por produzir um parecer contra ou a favor do impeachment, e que depois segue ao plenário. “A comissão especial é um passo importante porque é uma sinalização política, mas a decisão final é do plenário, que pode contrariar o parecer da comissão especial”, afirma.
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