Uma “indignidade absoluta”, reagiu o presidente Michel Temer, em coletiva realizada na manhã deste domingo, 27, sobre a possibilidade de uma de suas conversas com o ex-titular da Cultura Marcelo Calero ter sido gravada pelo próprio ex-ministro. “Com toda franqueza, gravar clandestinamente é desarrazoável. Um ministro gravar o presidente da República é gravíssimo, quase indigno”, emendou. E disse que jamais teria a coragem de gravar uma conversa com alguém.
Na entrevista coletiva, que teve a participação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), e do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), realizada para o anúncio do veto à anistia ao caixa 2 no bojo do pacote das dez medidas contra a corrupção, em votação no parlamento, Temer disse que arbitrar conflitos é uma tarefa indispensável para o Presidente da República e foi isso que fez nas conversas com Calero. Mais de uma vez, o presidente da República disse que deseja que venha à público a eventual gravação de sua conversa com Calero “para mostrar que não patrocinei nenhum interesse privado”.
Ainda sobre Calero, Temer disse que se tal gravação vier mesmo a público, ficará evidente que ele é cuidadoso com as palavras e que jamais falou algo inadequado às suas funções no comando do País. O peemedebista disse que ao ser procurado pelo ex-ministro da Cultura e ver que havia um conflito entre o Iphan da Bahia e o nacional, pediu que o seu ex-colaborador fizesse o melhor neste caso e informou-lhe que a lei prevê, em casos de conflito, que se ouça a Advocacia Geral da União (AGU).
“Eu estava arbitrando conflitos, que é o que mais faço na Presidência da República”. Segundo Temer, ele não vai mudar seu estilo por conta de episódios que ocorreram ou venham a ocorrer na gestão do País e frisou que não é autoritário e possui um perfil conciliador e de arbitrar conflitos, que cultiva desde os 18 anos de idade. “Meu estilo sempre foi esse, não venham me dizer que devo tomar atitudes autoritárias. Não tenho esse temperamento e acho que é ruim para o Brasil uma visão centralizadora e autoritária, prezo a cultura política do diálogo, e é isso que tenho feito.”
Na coletiva, o presidente da República disse que está em caráter efetivo no comando do País há dois meses e meio e lembrou do cenário difícil que encontrou o País, com, recessão e desemprego em alta. “Não foi fácil aprovar o verdadeiro déficit fiscal, não foi fácil aprovar a emenda do Teto dos Gastos, DRU estava paralisada e, em pouco tempo, conseguimos aprovar na Câmara e no Senado”, disse, argumentando, porém, que “houve apoio extraordinário do Brasil às atitudes do executivo”. Ao falar da crise fiscal que atinge muitos Estados da federação, Temer falou que sua gestão compreende a “angústia dos Estados” na repatriação, mas o executivo pediu contrapartida. “Fizemos uma repactuação com os Estados.” Ao falar da reforma da Previdência, disse que irá se reunir com os sindicatos antes da proposta ser enviada ao Congresso Nacional.
Itamaraty de Lula lidera lobby pró-aborto na ONU com radicalismo inédito
“Desastre de proporções bíblicas”: democratas fazem autoanálise e projetam futuro após derrota
Bolsonaro diz que Congresso é mais importante que STF e pode reverter inelegibilidade
Copom eleva juros e dá bronca no governo mais uma vez
Deixe sua opinião