Cotada como possível candidata à Presidência da República em 2010, a senadora Marina Silva, do PV, afirmou nesta segunda-feira (21) que nunca defendeu o ensino do criacionismo nas escolas, apesar de acreditar na teoria de que o mundo foi criado por Deus.
"Nunca defendi o criacionismo e no Brasil não existe ninguém fazendo esse movimento. Essa é uma transposição artificial de um debate que ocorre nos Estados Unidos. Não tenho uma teoria sobre o criacionismo. Apenas acredito em Deus e que Deus fez todas as coisas", disse, em entrevista programa "Roda Viva", da TV Cultura.
Maconha e aborto
No programa, a senadora disse ser contra a descriminalização da maconha. Para ela, a liberação da droga não resolveria o problema do tráfico e dos usuários.
"Acho que não vai dar conta. Sou contrária à descriminalização, inclusive conversei com o Gabeira [deputado Fernando Gabeira, do PV]. Mas isso não me impediu de ir fazer a campanha dele no Rio", respondeu.
Questionada sobre a legalização da maconha e do aborto, a senadora afirmou que esses temas devem ser tratados pelo Congresso. "É uma decisão [sobre o aborto] que deve vir do Congresso, que envolve questões éticas, morais, espirituais, de direito. (...) Eu não tenho uma visão daqueles que simplesmente ficam satanizando e tratando como questão moral."
Eleições 2010
Marina Silva, que não se declara candidata nas próximas eleições, fez elogios a políticas adotadas no governo Fernando Henrique Cardoso, como o Plano Real e o aumento de reservas legais na Amazônia. Para ela, o governo Lula deu sequências a certas políticas tucanas e as aprofundou.
O desafio agora, segundo a senadora, é alcançar a sustentabilidade. "O delta mais é a sustentabilidade. Como continuar com a inclusão necessária? Continuar no sentido da inclusão produtiva, com alto investimento em educação para que os jovens não tenham que depender ad infinitum do Bolsa Família."
A senadora passou a ser cotada como candidata após deixar o PT e ingressar no PV. Ela afirmou, no entando, não ter "ilusão" quanto à nova legenda.
"Acredito em processos em que as pessoas são capazes de estabelecer os diálogos mesmo com as diferenças. (...) Fui para o PV sem a ilusão de que o PV é um partido perfeito. Não é um partido perfeito, nem o PT é um partido perfeito", disse.
Pré-sal
Questionada sobre o pré-sal, apresentado na pergunta de um jornalista como um dos principais ativos de uma possível campanha da ministra Dilma Rousseff, do PT, Marina Silva disse que a proposta apresentada pelo governo para a exploração é "razoável", mas criticou a supervalorização das descobertas.
"Não podemos fazer a deificação do pré-sal. As pessoas falam como se começasse a jorrar petróleo agora. Vai levar 20 anos. Ele tem que ser utilizado muito mais para produzir conhecimento e inovação tecnológica que nos faça transitar desse modelo de combustível fóssil", afirmou.
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