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Oposição quer começar 2016 com uma CPI da Quadro Negro na Assembleia

Parlamentares da oposição querem investigar as denúncias de desvio de dinheiro público de obras da educação no Paraná

Ao que parece, o Legislativo paranaense terá mais um ano turbulento pela frente. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Ao que parece, o Legislativo paranaense terá mais um ano turbulento pela frente. (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Após um 2015 turbulento, parecia que a Assembleia Legislativa do Paraná iniciaria 2016 com certa calmaria na terça-feira (2). Apenas parecia. Amparada nas recentes denúncias de desvio de recursos públicos que deveriam ser usados na construção e ampliação de escolas estaduais, a bancada de oposição já se articula para instalar uma CPI que investigue o caso. Para tumultuar ainda mais o ambiente na Casa, o esquema envolveria o presidente do Legislativo, Ademar Traiano (PSDB), e o primeiro-secretário, Plauto Miró (DEM) – ambos negam.

Conforme denúncia apresentada pelo Gaeco à Justiça, o caso investigado na Operação Quadro Negro teria causado um prejuízo de R$ 18 milhões aos cofres públicos. No esquema, quase a totalidade do dinheiro previsto em contrato foi liberada pelo governo à Valor Construtora para tocar dez obras, embora a empresa tenha executado apenas parte dos serviços. A fraude ocorria a partir de falsas medições sobre a evolução dos trabalhos, o que permitia a liberação das faturas de pagamento. Parte dos recursos teria abastecido campanhas políticas em 2014, inclusive a do governador Beto Richa (PSDB).

Líder da oposição, o deputado Tadeu Veneri (PT) admite que não será fácil conseguir as 18 assinaturas necessárias para instalar uma CPI sobre o caso. No ano passado, por exemplo, ao longo de meses os oposicionistas tiveram apenas 11 apoios para formar uma comissão que investigasse o esquema de corrupção na Receita Estadual. Desta vez, a provável blindagem da base governista deve ser ainda mais ferrenha por envolver o nome do próprio Richa e da cúpula da Assembleia.

“Se não fizermos isso, vai ficar notório que a Casa estará ignorando o assunto que pauta a vida pública no estado há 60 dias”, defende Veneri.

Panos frios

Líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PMDB) admite que a Quadro Negro será o tema central dos debates na Casa, ao menos nas primeiras semanas. Ele rejeita, porém, a hipótese de instalação de uma CPI. “A Assembleia deve discutir e aprofundar as investigações. Mas, em relação ao trabalho judicial que a CPI em tese poderia fazer, isso já vem sendo feito pelo Gaeco”, argumenta.

Questionado se esperava um ano mais calmo após todos os problemas de 2015, o peemedebista afirma que o Legislativo “nunca trabalha com tranquilidade”. “Aqui, é um ambiente tenso por natureza. E isso será agravado pelo período pré-eleitoral”, avalia, em referência às eleições municipais de outubro.

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