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TRF tem 48h para apresentar medidas tomadas para apurar grampos de Sarney

Prazo estabelecido pelo corregedor da Justiça Federal termina nesta terça. Diálogos mostram pedido de vaga para namorado da neta de José Sarney

O corregedor-geral da Justiça Federal, Hamilton Carvalhido, concedeu na sexta-feira (24) prazo de 48 horas para que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região informe as providências adotadas para apurar o vazamento das conversas telefônicas que envolvem o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O prazo vence nesta terça (28).

Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" publicada na semana passada revelou conversas em que o empresário Fernando Sarney, filho de presidente do Senado, negocia com o pai a nomeação de Henrique Dias Bernardes, suposto namorado da filha, Maria Beatriz Sarney. As conversas teriam sido gravadas pela Polícia Federal (PF), com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica.

Segundo Carvalhido, o conteúdo das degravações integra os autos do inquérito policial nº 2007.37.00.001750-7, em tramitação na 1ª Vara Federal da Seção Judiciária do Maranhão. Segundo a Justiça Federal, o material está arquivado desde 21 de maio e, apesar de estar submetido ao regime de publicidade restrita, acabou sendo divulgado pela imprensa.

Mais cedo, o advogado Eduardo Ferrão, responsável pela defesa de Fernando Sarney, disse que apresentou à Procuradoria da República no Maranhão um pedido de providências para apurar o vazamento dos diálogos da Operação Boi Barrica. "Apresentei um pedido de providências na procuradoria do Maranhão para saber o que já foi feito para apurar o vazamento das gravações", confirmou Ferrão.

Em maio, o Conselho da Justiça Federal estabeleceu critérios para o tratamento de processos e procedimentos de investigação criminal em segredo de Justiça. O objetivo da medida foi o de coibir abusos ocasionados pela divulgação indevida de dados e aspectos da vida privada de réus investigados e indiciados, obtidos mediante a quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico ou de informática.

Segundo a Justiça Federal, a medida estabelece que no caso de grampos telefônicos judicialmente autorizados, "as gravações que não interessarem à prova dos fatos apurados no processo ou investigação serão inutilizadas, mediante autorização judicial, a requerimento do Ministério Público ou da parte".

Pela norma, fica "proibido a magistrados, servidores, autoridades policiais e seus agentes fornecer informações contidas em processos de publicidade restrita a terceiros ou à imprensa".

Na última quarta-feira (22), o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que os vazamentos de gravações feitas por interceptações telefônicas da Polícia Federal "são naturais".

Na ocasião, ele defendeu que o conteúdo costuma ser tornado público por meio de advogados ou pelo Ministério Público. A declaração foi feita em resposta ao vazamento do diálogo de Fernando Sarney.

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