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Madeleine Lacsko

Madeleine Lacsko

Reflexões sobre princípios e cidadania

A história de Sol, gamer famosa de 19 anos assassinada por um radical de internet

(Foto: instagram)

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Ingrid Bueno era uma potência na bilionária indústria dos games. Um talento absurdo no Call of Duty: Mobile, jogadora da equipe FBI E-Sports. Se você não conhece bem esse universo, talvez não tenha ideia do que isso significa. Eu só conheço porque meu filho, de 9 anos, é muito fã dela e se uniu aos milhares de gamers que choraram um assassinato brutal e banal. Um outro gamer, de muito menos destaque, outsider socialmente, frustrado e com ódio de mulheres interrompeu a vida de Sol a facadas. Deu risada ao ser preso. Talvez seja o ápice de sua experiência de poder, fama e influência.

Infelizmente, é a crônica de uma morte anunciada. A mistura entre arrogância e prepotência faz com que muitos formadores de opinião subestimem ameaças e radicalismo pela internet. "São só um bando de bobos falando idiotices, basta ignorar", pregam. Deixam como está para ver como é que fica enquanto essa nova forma de terrorismo domina o mundo. Precisamos aprender sobre os métodos de radicalização para interromper essa marcha insana.

Neste artigo, deliberadamente você não vai ler o nome do delinquente nem ver foto ou saber o que ele pensa. Não terá minha ajuda para sair do limbo da desimportância assassinando uma mulher de sucesso que começava a vida. Vou falar sobre o fenômeno recente de transformação via internet de pessoas sem propósito em assassinos. Isso existe e é muito presente no mundo gamer, do terrorismo e da política.

Desde 2017, todos os ataques terroristas em solo norte-americano são de nacionais envolvidos em grupos radicais. A modalidade também aumenta de forma preocupante na Europa. Os ataques deixam de ser operações gigantescas planejadas por grupos terroristas internacionais ou emissários treinados por esses grupos. Agora, o maior risco é a modalidade "lone wolf", o "lobo solitário". Por alguma razão - e eles são criativos para inventar moda e se fazer de vítimas - alguém resolve usar uma arma, um carro, uma faca e matar quantos puder onde for mais conveniente, de forma aleatória.

A internet começa a fazer diferença no recrutamento terrorista com a transmissão ao vivo via Twitter do atentado num shopping de Nairóbi, no Quênia. Logo depois, começam a tornar-se famosos os vídeos de decapitação do ISIS, arquitetados pelo rapper alemão Deso Dogg, chamado pelos especialistas de "Goebbels do Estado Islâmico". Essa máquina de recrutamento radical passou a uma nova fase onde não é mais necessária uma liderança, como nos grupos terroristas. Grupos menores, pequenos, desconectados e até pessoas que se juntam em fóruns de internet sem se conhecer bolam assassinatos.

Sol não é a primeira mulher a ter seu assassinado arquitetado em fóruns de internet chamados "chans". Há diversos deles muito problemáticos, inclusive os criadores de alguns grupos brasileiros estão presos. A gamer é a pessoa mais famosa a ser assassinada por um frequentador de chan que passou meses arquitetando um assassinato com ajuda dos demais frequentadores. A diferença está aí. Outro assassinato famoso arquitetado em um chan foi o massacre na escola em Suzano. Há diversos outros casos de assassinatos e tentativas contra pessoas aleatorias, colegas de escola e conhecidos, especialmente mulheres.

Diante do assassinato de uma gamer por outro gamer, há quem caia no perigoso engano de colocar a culpa nos games ou nos games violentos. No mundo digital e nas comunidades formadas por meio digital não se trata do conteúdo nem do instrumento, mas do contexto, do grupo. Games foram criados para programar comportamentos em soldados entre as duas Grandes Guerras. São instrumentos poderosos tanto para o aprendizado quando para a desumanização, depende de como o grupo usa.

Há um ponto específico em que o universo dos games tromba com o do radicalismo político e do terrorismo internacional, o chamado "Gamergate". Aqui não se trata de um plano infalível do Cebolinha que mudou o mundo, mas de oportunidades que foram aproveitadas por radicais e acabaram nos trazendo até aqui. Todo o processo de manipulação dos "outsiders" até que se tornem violentos é feito com base em emoções, jamais em convencimento.

O Gamergate foi iniciado em 2014 por Milo Yannopoulos, editor do Breitbart News de Steve Bannon. Trata-se da primeira experiência de radicalização política via internet que se converteu em atos violentos na vida real. Até então, só terroristas haviam conseguido transpor para a vida real o que parecia um debate delirante nas redes sociais. Como toda história que acaba em tragédia, começa por acaso envolvendo questões emocionais. Daí alguém apimenta com maldade, uma grande maioria silenciosa finge que não vê e os corpos vão se empilhando.

Tudo começa quando a desenvolvedora de games Zoe Quinn desmancha o namoro. O moço abandonado, também da área de games, publica um post enorme dizendo que ela o traiu com um jornalista para obter uma crítica favorável ao jogo que havia acabado de lançar. Ela realmente havia dormido com o jornalista, mas ele não havia escrito nenhuma crítica sobre o jogo que ela fez. O debate sobre o relacionamento dos dois acaba aparecendo nos chans, fóruns anônimos da internet, muito frequentados por gamers. Inicia-se a mais violenta campanha contra todas as mulheres da indústria dos games.

Milo Yannopoulos instigava, via Breitbart News, com impulsionamento pago via mídias sociais, o ataque não só à desenvolvedora mas também a qualquer outra mulher da indústria de games que não a atacasse. Houve ataques reais, planejamento de atentados em eventos de gamers, envio de pacotes macabros com animais mortos para a casa de mulheres gamers, ameaças a familiares. O movimento chegou ao Brasil. Houve gamers que foram forçadas não só a sair desse universo mas até a mudar de cidade ou entrar em programas de proteção a testemunhas.

Movimentos radicais podem ser identificados quando começam a instigar e normalizar dois tipos de comportamento: ataques a mulheres e fingir que ameaça de violência é piada. Muitos erraram ao atribuir ao patriarcado ou ao simples machismo os ataques às mulheres. Trata-se de manipulação emocional especialmente potente para homens que se sentem sem poder e propósito. Qual o principal problema deles, o que mostra sua falência social? Mãe, esposa e namoradas. Transforma-se uma mulher de sucesso no símbolo das angústias de um homem desajustado.

O Gamergate não entrou nesse universo porque o grupo de Steve Bannon buscava gamers, mas porque queria pessoas fragilizadas emocionalmente que topassem entrar com obediência cega em um grupo político radicalizado. Radicalização, na era digital, não é mais a defesa de ideias de forma extrema, também é o contexto. Grupos moderados reconhecem que a dignidade é inerente à condição humana e irrevogável. Grupos radicalizados condicionam a dignidade humana à obediência ao grupo ou a seu líder. Quem não é a favor passa a ser um inimigo contra quem todo tipo de retaliação é válida.

A aproximação do mundo dos gamers passou a ser vista como uma oportunidade e tanto por diversos grupos radicais no mundo todo. O primeiro motivo é ser uma comunidade predominantemente masculina, muito jovem e interativa, conhecedora de tecnologias e formas de comunicação na maioria das vezes não monitoradas pelas famílias. O outro motivo é de utilidade prática, a familiaridade com o uso de games. É muito mais fácil utilizar games para radicalização quando a pessoa já joga porque parece que ela está fazendo mais do mesmo, não uma programação específica. E games são a ferramenta mais efetiva que a humanidade já inventou para mudança de comportamento e de sensibilidade. Há ainda a cereja do bolo: já está na mentalidade dos jogadores o desejo de conquista e reconhecimento de atos heroicos.

Fiz um artigo há poucos dias mostrando como diversos grupos radicais vêm adquirindo mais conhecimento sobre games para recrutar jovens. Os pais ficam preocupados com jogos violentos, muitos crêem na lenda sem respaldo científico de que vão tornar quem joga violento. Enquanto isso, radicais investem em conhecimento e criam versões sob medida de jogos inofensivos como Roblox e Minecraft. O terrorista doméstico mais novo condenado no Reino Unido tinha 13 anos e foi recrutado pela internet com promessas de um destino heroico. É perda de tempo analisar conteúdo, o importante é o grupo onde a pessoa se mete.

O mesmo vale para grupos de whatsapp, militância e redes sociais. Aprendemos a avaliar onde as pessoas estão se metendo pelo conteúdo, os temas debatidos. Isso foi muito válido num mundo que não existe mais, o analógico. No mundo digital você pode pregar qualquer coisa e viver o avesso, então pouco importa o assunto do qual a pessoa fale ou qual bandeira ela defenda. O foco tem de estar no tipo de liderança, como o grupo se forma e na crença sobre dignidade humana.

Lideranças de caos gerarão caos e novos inimigos para continuar liderando, lideranças de paz construirão coisas novas. Um grupo que se forma contra algo vai produzir inimigos até internamente para se manter unido. Um grupo que se forma a favor de algo verá os pontos comuns mais do que as diferenças porque tem um objetivo de construir e agregar, isso é o que o mantém unido. Um grupo que crê na dignidade como inerente à condição humana e irrevogável não tolera golpes abaixo da linha da cintura nem em inimigo. Um grupo que condiciona a dignidade humana a causas, apoia que se tratore alguém ou se faz de sonso.

O potencial de radicalização ou de ação violenta de um grupo não está no que ele prega, mas no tipo de ação que ele tolera. Pessoas são o que toleram, insisto sempre. A comunidade gamer é uma das mais tolerantes com todo tipo de violência contra mulheres. No Brasil, até a Microsoft se dobrou aos grupos que ameaçam mulher de morte. É evidente que esse grupo acabaria produzindo o primeiro assassinato de famosa no Brasil. Quantos corpos precisaremos para outros grupos e formadores de opinião deixarem de bancar os sonsos?

Depois do Gamergate, a condescendência com homens que ameaçam mulheres acabou atraindo vários deles tanto para o universo gamer quanto para o grupo de Steve Bannon. Eles passam a adotar o vocabulário, a estética e até a propagar a ideologia do grupo para poder exercer a própria perversidade no ambiente onde há complacência. Não se equivoque pensando que são apenas pessoas completamente desequilibradas que moram no porão da avó. Como vimos na invasão com assassinatos no Capitólio, há pessoas com famílias sólidas e bem sucedidas nesses grupos. O mais comum é que sejam as sonsas, que fingem não ver ou têm prazer sem ter coragem, mas também há os que cheguem às vias de fato.

No final de outubro do ano passado, o universo gamer brasileiro viu um troféu ser entregue aos que agridem ou têm vontade de agredir mulheres. Não daria em boa coisa como não deu. A gamer Isadora Basile começou a sofrer campanhas difamatórias e ameaças de estupro e de morte assim que anunciada como apresentadora do XBoxBR. O que fez a Microsoft? Demitiu a apresentadora para ela "não ter mais de lidar com isso". Imagine alguém que se sente por baixo, diz ter ódio de mulher, quer ser herói e se sente vencendo a Microsoft. Há muitos desses por aí.

Isadora Basile, demitida pela Microsoft após ameaças.

É óbvio que a Microsoft jamais admitiu que deu a vitória aos radicais mais problemáticos da comunidade onde atua. Emitiu a seguinte nota oficial: "Nós não toleramos assédio ou comportamento desrespeitoso de qualquer tipo e agimos para apoiar Isadora quando ataques pessoais contra ela foram denunciados. As mudanças de programação da semana passada não estão relacionadas. Elas são resultado direto de nosso esforço contínuo para alcançar mais jogadores em mais idiomas com as notícias em tempo real e informações abrangentes disponíveis em nosso meio de comunicação global, o Xbox Wire".

Se fazer de sonso é uma prática comum diante dos radicais no universo gamer e político, mas não entre terroristas clássicos com liderança. Como não há um líder dos ataques de radicais unidos em grupos virtuais por causas políticas ou interesse por games, o mecanismo de se lavar na própria lama ainda é utilizado. Não fazer nada diante de uma agressão não é neutralidade, é compactuar com a agressão. Os radicais sabem bem e não ligam. Os sonsos também, mas ligam para a própria reputação e precisam começar a ser cobrados.

O radical que chega a ações violentas não o faz por convencimento, mas por estado emocional ou de espírito. Inútil tentar delimitar a um grupo específico ou a determinados temas ações violentas. Atualmente, nos últimos 3 anos, os mais violentos têm sido os que acreditam em alguns tipos específicos de QAnon: governo mundial oculto (nova ordem mundial), domínio sionista e aliança internacional de intelectuais a favor da pedofilia. O FBI os classifica como terroristas domésticos pelo resultado, mas nada impede que outro grupo, igualmente permissivo, passe a integrar a lista.

O primeiro sinal de radicalização de um grupo é o ataque desproporcional a mulheres, principalmente de sucesso, diante da inércia do resto do grupo. Um exemplo de risco de radicalização que tenho apontado sistematicamente é a repetição do esgoto moral que vemos em grupos autointitulados de direita nos que se dizem progressistas. A direita foi tão permissiva com pessoas que sabia serem perversas com mulheres que me acabaram os argumentos, fui ao Judiciário. Algumas pessoas que processei e outras que estão na fila hoje fazem lives com colegas meus e um até foi premiado com um emprego no site Brasil Paralelo. Ainda bem que nenhum deles ainda realizou as ameaças de morte que o grupo insiste em minimizar.

Entre os progressistas começamos a ver um processo semelhante. Eu nem reclamo porque perdi a ilusão de ser considerada ser humano pelos feministos. Mas vejam a virulência que dedicam, por exemplo, a Vera Magalhães e Miriam Leitão. Ontem, houve um caso muito curioso com Malu Gaspar e sua coluna sobre "Bolsopetismo". Foi xingada de tudo quanto é jeito, teve até artigo em publicação de esquerda chamando de burra. Faz anos que meu colega Diogo Schelp usa o mesmo termo, quase com a mesma ideia em seus títulos. Jamais enfrentou reação tão violenta e nesse volume dos progressistas.

Outro exemplo curiosíssimo é a fúria contra a deputada federal Tábata Amaral por "trair o movimento". O último espetáculo dos feministos candidatos a integrante de chan foi na questão da independência do Banco Central. Caíram matando na deputada, xingando de tudo quanto é nome, porque foi favorável. Não falaram nada dos outros 14 deputados de esquerda que foram favoráveis. Esqueceram que Fernando Haddad e Marina Silva já se manifestaram a favor dessa pauta em outras ocasiões.

Qualquer coisa pode ser usada de desculpa para bater na mulher que consegue o sucesso que o homem frustrado não tem. Esqueça de analisar as posições políticas de Tábata Amaral ou os textos de Vera Magalhães, Malu Gaspar e Miriam Leitão. O crime de Tábata Amaral é nascer na periferia de São Paulo e virar astrofísica formada em Harvard. Imagino o que sentem homens raivosos e sem brilho que nasceram com a vida ganha. As jornalistas sempre atacadas têm um defeito imperdoável em mulher: não obedecem. Às vezes, tudo o que um homem ressentido tem é fazer uma mulher obedecer.

Aqui falamos de uma minoria de homens, que sempre existiu. Com todos os problemas do mundo, hoje é sem dúvida a melhor época para ser mulher na história da humanidade. A diferença na questão da violência está na facilidade em chegar ao alvo, na facilitação do uso do terror via internet (com ameaças simultâneas em vários canais) e a dificuldade do grupo para lidar com isso. Os ímpetos violentos de homens frustrados estão se tornando passaporte para o heroísmo e nós precisamos dar um fim nesse ciclo macabro. É preciso diferenciar força de capacidade de humilhar os outros.

Quem tem força e autoridade é o que não precisa levar regras a ferro e fogo, é o que pode ser condescendente. O guarda é obrigado a punir, o imperador pode perdoar. Nos grupos formados pela internet, principalmente por pessoas que se sentem diminuídas, busca-se uma solução rápida para ter visibilidade e poder. Construir demora, destruir é imediato. Há diversos grupos que identificam a capacidade de humilhar outra pessoa publicamente como coragem. São os que possibilitam chegar a um nível jamais sonhado de poder e visibilidade via destruição.

Não sei qual será a linha de defesa do assassino da gamer Sol. Ele tem a sorte de viver no Brasil, onde o crime dele é homicídio por motivo fútil. Em outros países, passar meses num chan dizendo que odeia mulheres e arquitetando como matar uma mulher seria tratado como terrorismo doméstico. Ele tentou aparecer com o crime, fez um livro-manifesto, fez um vídeo com o corpo, mandou um email contando detalhes a uma feminista famosa. Confessou que tinha um lider no chan que o instruiu por meses sobre o crime. Precisamos parar de tratar como atos individuais e isolados os que são arquitetados por grupos.

Acompanho vários grupos extremistas em várias plataformas desde que ameaçaram meu filho de morte. As polícias, tanto civil quanto militar, sempre me ajudaram. Mas tanto o Ministério Público do Estado de São Paulo quanto o nosso glorioso Tribunal de Justiça consideram que ameaças são apenas um conteúdo que me desagrada e ao qual eu deveria estar acostumada. Resolvi entrar nos grupos para avaliar melhor o risco de ser a próxima. Após a divulgação do caso pela mídia, vários grupos começaram a fazer rifas e leilões de armas brancas - o assassinato foi a facadas.

Nunca foi tão urgente o resgate dos valores humanos, do diálogo em família, da compaixão, do perdão e da fé na redenção. Toda a evolução da humanidade foi feita com base na nossa capacidade de aprendizado e colaboração. Jamais houve um ser humano igual a outro ou uma dupla de seres humanos que concordam em tudo. Somos únicos, diferentes, conflitantes e evoluímos porque nossas qualidades e defeitos se complementam coletivamente.

Eu vi a entrevista da mãe do assassino, mas não consegui chegar até o final. O retrato do desespero absoluto. "Esse não foi o filho que eu criei", repetia. A evolução tecnológica é tão rápida que muitas famílias atenciosas e cuidadosas não têm sido capazes de detectar quando os seus entram em grupos radicais. Eles não estão saracoteando por aí com gente esquisita e comprando material para fazer bomba, estão só no celular, no computador, onde todo mundo está. Precisamos aprender mais sobre essas tecnologias para que possamos usufruir do melhor delas e evitar os riscos.

Conhecemos tão pouco de tecnologia que a família da Ingrid Bueno, a Sol, só soube o tamanho da estrela que ela é depois do assassinato. Era uma moça reservada, começou a jogar CoD recentemente, primeiramente no time feminino da FBI e-Sports. Mas ela ficou num nível tão avançado que simplesmente bateu todas as regras de evolução nessa hierarquia e foi chamada pela própria empresa para o time principal. Era a única mulher entre 45 homens e, ainda por cima, linda. O assassino tentou diversas vezes, sem sucesso, entrar nesse grupo de elite. Não conseguiu, se aproximou da moça e a matou. Teve a conivência de um sem número de frequentadores de chans em ação ou omissão.

Os gamers entendem de tecnologia e de mentalidade digital. Grupos de todas as idades lotaram as redes sociais de homenagem à Sol, uma mais linda que a outra. A força da destruição pode parecer vencer, mas não prospera ao longo do tempo. Sol poderia ter sido muita coisa, mas teve a vida ceifada pela perversidade aos 19 anos. Que Deus a acolha e console a família diante da tragédia inexplicável. Sol conseguiu muito cedo ser uma estrela admirada por meninos e meninas gamers no Brasil e no exterior. Isso ela será para sempre. A luz acaba com a escuridão, não o oposto.

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