O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (ex-DEM) fez ontem uma acareação com Durval Barbosa, que delatou o esquema de corrupção no governo dele. Arruda também ficou frente a frente com o jornalista Edmilson Edson dos Santos, o Sombra. As acareações ocorreram dentro do processo disciplinar do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) que apura o envolvimento dos promotores Leonardo Bandarra e Deborah Guerner com o esquema do mensalão do DEM no Distrito Federal.
Em um clima tenso, Sombra confirmou, na acareação, que ouviu do próprio Arruda que havia um pagamento de propina à Bandarra para que o Ministério Público do DF não criasse problemas a seu governo. "Eu só falei o que ele (Arruda) disse, o que ouvi", disse Sombra à reportagem. O jornalista disse que foi "encarado" por Arruda na acareação. "Ele ficou me encarando e eu o encarei também", disse.
De acordo com o advogado do ex-governador, Nélio Machado, o encontro foi rápido e ríspido. Por orientação da defesa, Arruda não respondeu às perguntas formuladas pelos responsáveis por sua prisão e cassação. Ele limitou-se a repetir sua versão sobre os fatos, em que argumenta que foi vítima de uma armação movida por interesses de "terceiros". Arruda culpa o ex-aliado e hoje inimigo Joaquim Roriz pela gravação em vídeo de conversas em que Arruda, secretários de governo, deputados distritais e empresários de Brasília aparecem recebendo propina de Durval Barbosa.
Propina
Leonardo Bandarra era o procurador-geral de Justiça local cargo que chefia o MP de Brasília até junho deste ano. Deborah Guerner era seu braço direito e teria feito a ponte das negociações de propina com Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo de Arruda. Em depoimento ao Ministério Público, Durval afirmou que Bandarra recebia R$ 150 mil mensais de propina do governo local. Em cima das acusações, o CNMP abriu investigação disciplinar que poderá levar à expulsão deles dos quadros do Ministério Público.Um inquérito corre no Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o esquema de corrupção do DF. O escândalo do mensalão do DEM, como ficou conhecido o esquema, foi revelado em novembro passado na Operação Caixa de Pandora. Arruda chegou a ser preso, saiu do DEM e foi cassado pela Justiça Eleitoral. Em agosto, a Polícia Federal concluiu o relatório final que aponta Arruda como o chefe de uma "organização criminosa" para desviar recursos públicos por meio de empresas contratadas pelo seu governo. A conclusão da PF afirma que Arruda e seus aliados se enquadram em "formação de quadrilha" e "corrupção passiva" para obter "vantagens espúrias".
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