O corpo de Lavínia Rabech da Rosa, de 9 anos, foi enterrado na tarde desta segunda-feira (17). Cerca de 100 pessoas, entre familiares, amigos e vizinhos da família acompanharam o sepultamento. A menina foi morta na noite de sábado (15), dentro da residência onde morava na Vila Esperança, bairro Atuba, em Curitiba.
O enterro ocorreu às 14 horas no Cemitério Municipal do Boqueirão. o padrastro da menina, Mario Luiz de Castro, estava inconformado e disse que não havia motivos para o crime. A mãe de Lavínia, Maura da Rosa, passou mal e teve que receber atendimento médico.
Prisão
O homem acusado de matar a menina foi preso na madrugada de domingo (16). Ele é conhecido da família e moradores da região. O andarilho de 45 anos, Mariano Torres Ramos Martins, vivia no bairro e costumava receber comida da família. Ele foi flagrado pela mãe da criança escondido embaixo da cama onde estava o corpo.
De acordo com o padrasto de Lavínia, o crime foi cometido pouco antes da meia-noite de sábado. A família da menina vive em uma região carente da capital. Lavínia dormia na cama ao lado da irmã de 5 anos. Segundo o padrasto, a mãe das meninas, que é catadora de papel, aproveitou o momento em que elas dormiam e saiu para telefonar. Castro estava na sala e não ouviu qualquer movimentação no quarto.
Quando Maura voltou e foi deitar ao lado das filhas, percebeu que tinha alguém embaixo da cama e pediu socorro. O homem tentou fugir pela janela, mas foi detido e agredido por vizinhos, por conta da invasão. A polícia foi chamada ao local para socorrê-lo. Até então, ninguém havia percebido que a menina havia sido agredida. Só quando a mãe voltou novamente para o quarto, e foi deitar, percebeu que a cama estava molhada, a filha estava machucada e não respondia. Lavínia foi levada para o posto de saúde, mas já estava morta.
Martins chegou a ser internado no Hospital Cajuru, mas já foi liberado e está detido em flagrante por homicídio. De acordo com o delegado Rogério Martim de Castro, ele já esteve preso três vezes (por roubo e porte de arma) e é foragido da Colônia Penal Agrícola, em Piraquara, região metropolitana. Os vizinhos dizem que sabiam que ele era ex-presidiário, mas não imaginavam que se tratava de um fugitivo.
Parentes da menina relatam que a própria Lavínia costumava entregar comida ao andarilho, mas que ele nunca havia entrado na casa. A menina tinha marcas de estrangulamento e cortes na nuca. Ainda não há confirmação se houve violência sexual. A irmã mais nova nada sofreu.
O acusado nega ter matado a menina. Em depoimento à polícia, ele alegou que Lavínia estava brincando na rua e se machucou. Martins diz que entrou na casa para socorrer a menina, mas se recusa a dizer como entrou na residência. Segundo o delegado, o homem não aparentava nervosismo nem sinais de alteração por álcool ou drogas.
Lavínia era aluna da Escola Anísio Teixeira, próxima a casa onde morava, e costumava ir e voltar sozinha da escola. Era ela quem levava a irmã mais nova em outra escola, também na região.
Investigação
O delegado esteve na casa de Lavínia à procura de vestígios do crime. Na tarde desta segunda-feira. Ele tirou fotos da residência e praticamente descartou a possibilidade do suspeito ter pulado a janela, como foi levantado. "A porta da residência permanecia sempre aberta e não há indício de que tenha pulado a janela", diz o delegado.
A mãe e o padrasto da menina vão ser ouvidos nesta terça-feira. Segundo Castro, Maura, que é catadora de papel, aproveitou o momento em que as filhas dormiam e saiu para telefonar. Ele estaria na sala e não ouviu qualquer movimentação no quarto. "No primeiro depoimento, a mãe disse que não teria saído de casa. Por isso vamos escutá-la novamente. A informação que eu tenho é de que todos estavam em casa no momento do crime. Todas as possibilidades estão sendo investigadas", explica o delegado.
O acusado do crime permanece preso no Centro de Triagem em Piraquara, na região metropolitana.