Na primeira avaliação após as eleições municipais, a Executiva do PT deixou claro que as articulações para 2010 já começaram e que o objetivo é manter o PMDB como principal parceiro na aliança para sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por trás do assédio ao PMDB, o PT também quer garantir o apoio do partido à aprovação de medidas no Congresso para conter os efeitos da crise financeira internacional no País.
A preocupação do PT é eleger o senador Tião Viana (PT-AC) para a presidência do Senado, com os votos e o aval do PMDB. "Quando termina um processo eleitoral, começa outro. E a base sinalizou que saiu na frente e com grande força para a vitória em 2010", resumiu o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Martins Cardozo (SP).
Partido que mais cresceu nestas eleições e dono das maiores bancadas na Câmara e no Senado, o PMDB acabou entrando em atrito com o PT em capitais importantes, como Porto Alegre e Salvador, onde entraram em embate direto. O presidente nacional petista, deputado Ricardo Berzoini (SP), minimizou até o apoio dos peemedebistas ao DEM do prefeito reeleito de São Paulo, Gilberto Kassab. "Não há problema na aliança que o PMDB fez com o DEM em São Paulo. Uma coisa é o PMDB de São Paulo, outra é o PMDB nacional", disse Berzoini.
Temer
"Nada importante em matéria de acordos políticos para 2010 vai acontecer, a partir de agora, sem passar pelo PMDB." É essa a principal marca, segundo o presidente do partido, o deputado federal Michel Temer (SP), do cenário político que saiu das urnas no domingo. Feliz com os novos números, ele deixou São Paulo, ontem à tarde, a caminho de Brasília, afirmando que a legenda "passa a ser uma peça política indispensável em qualquer conversa séria sobre a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva". O PMDB dispõe de hoje em diante de "uma situação nova privilegiada", garante. "E esse é um dos temas que vamos avaliar na reunião da Executiva, que acabamos de convocar para a semana que vem.
Nessa reunião, o partido fará um balanço dos avanços - "temos um cenário de grande prosperidade para o partido". Os peemedebistas que elegeram 1.059 prefeitos em 2004, saltam em janeiro para 1.202, passando a administrar uma área onde vivem e votam 28,8 milhões de eleitores.
Temer aceita a imagem de que o PMDB "é uma noiva a ser cortejada", seja por PT ou PSDB, nos futuros lances presidenciais. Mas se enche de cautela quando se fala de nomes - inclusive peemedebistas. "Nomes não são assunto para este momento. Definições desse tipo são para o segundo semestre do ano que vem", afirma.
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